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Cresce número de casais homoafetivos que buscam a fertilização para aumentar a família
Desde 2013 o Conselho Federal de Medicina (CFM), responsável por regulamentar a Reprodução Assistida no Brasil, ampliou a utilização das técnicas para casais homoafetivos que desejam engravidar, independentemente de serem ou não inférteis.
Antes de iniciar o tratamento o casal deve procurar um médico especialista em reprodução humana que passe orientações sobre os procedimentos necessários, além da legislação vigente sobre o assunto. Isso é fundamental para o casal possa tomar uma decisão consciente e segura.
A médica Eugênia Camara, especialista em reprodução assistida, explica que a busca pelo procedimento por casais LGBTQIAP+ vem crescendo nos últimos anos. Se antes a única alternativa desses casais era a adoção, atualmente, a gravidez já é uma realidade.
“Quando um casal formado por pessoas do mesmo sexo deseja ter um filho biológico, a técnica mais indicada para concretizar este sonho é a Fertilização In Vitro. Mas o acompanhamento da gravidez começa bem antes dela acontecer de fato. Ao iniciar o tratamento, estes casais enfrentam escolhas como doação de sêmen, óvulos ou até mesmo útero solidário”, explica a médica.
Em 2017, uma nova resolução publicada da entidade flexibilizou ainda mais as regras permitindo, por exemplo, o útero de substituição (barriga solidária) por parentescos de até 4ª grau. Dessa forma, as chances de casais masculinos se tornarem pais biológicos aumentaram ainda mais. Já em 2021, também houve uma nova resolução, onde permite que familiares de até 4º possam doar seus gametas para ajudar no tratamento de um casal, desde que não incorra em consanguinidade.
“Para os casais formados por duas mulheres, o material genético masculino vem da doação de sêmen. No entanto, é preciso escolher qual das duas futuras mães vai doar os óvulos e carregar o embrião”, acrescentou Eugênia Camara.
Foi o caso de Nathália Damasceno e Laura Soares. Juntas há 5 anos, elas tinham o sonho de formar a família biológica, mas a adoção não era uma opção já que poderiam buscar na fertilização a alternativa para o crescimento do lar.
“Decidimos engravidar porque chegamos em um momento importante da nossa relação em que estávamos pensando em ter uma família, e pra isso, como somos um casal homoafetivo, apitamos pela fertilização”, conta Nathália.
Laura quem engravidou. Elas contam que o processo foi um misto de ansiedade e muita expectativa já que era o início da realização de um grande sonho. “Como a Laura tinha 35 anos quando decidimos engravidar, optamos que ela iria ter a gestação, até porque daqui um tempo eu posso fazer o procedimento”, completou, já fazendo planos para novos filhos.
João Pedro e José Felipe chegaram ao mundo em 07 de janeiro de 2022 com muita saúde e trazendo luz e mais vida para esse lar. A gestação, segundo contam, foi tranquila e a felicidade de ter gêmeos tomou conta de todos.
“Quem tem o sonho de formar família, engravidar, a fertilização é um caminho a seguir. Indicamos o procedimento porque foi por meio dele que realizamos o desejo de construir nossa família, acompanhando todas as etapas bem-sucedidas no nosso caso. Senti segurança e confiança na doutora Eugênia. Além de toda amar a forma humanizada e gentil que ela conduziu o nosso processo”, finalizou Nathália Damasceno.